O que fazer com expectativas?

interrogacao
Começo a elucubração de hoje com esta pergunta, tencionando encontrar uma resposta com base nas minhas perspectivas. Espero que contemple a alguns, ao menos, os que como eu, enchem suas vidas de expectativas sobre tantas coisas.
Bem, acho que estou aprendendo a segurar as minhas expectativas apenas na minha cabeça e não sair por aí abrindo a bocarra aos quatro ventos. Coisa que é deveras difícil, mas que tenho exercitado. E ficam aqui, entaladas em mim e por isso escrevo.
O que podemos fazer, então, quando as nossas expectativas ficam silenciadas, mas fazem barulho na nossa mente? Ora, encaixotemo-las em um compartimento secreto! E sob hipótese alguma as compartilharemos ou deixaremos que desçam para o coração, sob pena de que nos apaixonemos por aquela ideia nova (ou no meu caso, a velha ideia que reacende no corpo/mente).
Mas claro, a expectativa é um problema individual (meu!). A final, de alguma forma essa minha mente que pensa demais, acabou enfeitando, criando e recriando cenas que só existem no campo das ideias. (E antes que alguém venha me criticar, vou logo dizendo que todo mundo é assim, o diferencial é que as pessoas não se expõem tanto quanto eu, ou não alimentam tanto quanto). E então aparece a pergunta: o que resta fazer agora que novamente as expectativas caem por terra?
Corajosamente é preciso enfrentar a faxina e varrer os restos, jogar no lixo os cacarecos e seguir em busca de novas e mais delas. Sim, mais expectativas, porque verdadeiramente são um combustível e tanto para as nossas maiores loucuras, sonhos, desbravamentos e nos demais projetos de nossas vidas, naqueles tantos sentimentos íntimos... Enfim, o que devemos fazer é agradecer por cada momento, o ruim é que a graça das coisas sempre acaba com uma brevidade que nós temos ainda dificuldades em aceitar, mas que precisamos, até porque não há o que se fazer com relação às escolhas alheias, não podemos culpar as pessoas por escolher que caminho, o quê e quem agregar nas suas vidas.
E se temos que respeitar que respeitemos vontades e a nós mesmos. É preciso ser inteligente até para desistir das coisas... Eu tive mania de tentar até quando não tinha mais nada a ser feito. Insistência que me emburrecia, não me deixava enxergar além. Eu só estendi sofrimento e raiva, causei rancor em meu coração e sensação de frustração.
Agora não me sinto frustrada como das outras vezes. Desde o começo da história as expectativas foram minhas e o que eu fiz com elas é agora um problema unicamente meu. Vaidades minhas, de falar tanto de meus êxitos como de minhas derrotas e hoje vejo que fiquei tão exposta que é tão fácil e previsível saber quais serão meus passos e como reagirei diante das coisas. Sei que jamais deixarei de escrever sobre mim, não controlo e sinceramente me faz bem, mas saindo deste universo literário, as coisas andam mais restritas, introspectivas e amenas. Meu universo paralelo me permite, aqui, tecer expectativas, sonhos, vontades, ideologias e metas de vida. E sinto que falando de mim, eu falo dos outros e para os outros.
Tenho buscado mergulhos mais profundos, porém sem maiores alardes. Eu vou tentar viver diferente do que vivi até hoje, eu sempre faço isso, sempre estou passando pelas fases e não sendo a mesma nunca, não quero por demagogia ou ainda alguma moral que reste correr o risco de estagnar, me preocupar em agradar ou em agregar gentes a minha vida. Quero mais qualidade do que quantidade! Quero a tranquilidade, a minha vivacidade em fazer minhas escolhas me mantendo firme, sem olhar para trás ou ressuscitar expectativas vãs.
Há ainda muito para sentir, experimentar e saber o sabor. Eu quero. Nós queremos. O que fazer com elas? Há ainda centenas e centenas de expectativas, das mais variadas nos aguardando pelos caminhos da vida cheia de sensações. E só as sensações nos levam a experiência empírica da vida, uma vida plena em risos e prantos, mas que valha a pena e às expectativas!

Ana Paula Duarte. Em mais uma sobre mim.

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