Sobre perdas ou sobre ganhos

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"Quem gosta de perder, levante a mão! Ah, está aí uma coisa que não sabemos, e que na maioria das vezes não lidamos de maneira madura: perder! Seja um objeto, uma competição (por mais boba que seja), um ente, um demente... Seja como for, (e falo por mim) detesto perder."
Ainda não aprendi a gostar, de maneira alguma, mas, creio que certas perdas me trouxeram ganhos. Comecei a ver as perdas com certas compensações e fui parando de chorar e começando a sorrir. Quando viajamos para algum lugar distante, precisamos deixar aqui nossos queridos, nossas casas e objetos de mimos, coisas nossas com o nosso cheiro já impregnado, temos até que deixar certas manias por questões culturais, ou por convivência e conveniência... Abandonar! E isso significa sim perder. E temos que ir e seguir a viagem rumo ao novo
É sobre o novo, sobre os ganhos que quero discorrer, mas pra isso, eu tinha, é claro que falar das perdas. Ainda acredito que as pessoas são insubstituíveis, diferentes das coisas, elas deixam suas marcas, agregam, porque também absorvem de nós, e é nessa troca que se eternizam na eternidade programada de nossas vidas. E não é por serem insubstituíveis que perderemos nossos dias em nostalgias, é preciso que estejamos abertos à novidade do Mundo, aquela, eternizada nas poesias do” filósofo anti-filosofia” na pessoa do Pessoa, abertos e atentos, para não perdermos tempo e nem os ganhos que vêm com toda perda, somente choramingando perdas. E é isso que tenho aprendido.
Os nossos medos e todo nosso egoísmo nos deixam cegos e cheios de mágoas e dores perante a subtração de algo ou alguém. E ficamos horas, dias, meses, alguns até anos, ali, sentados (ou até mesmo deitados) a remoer e se lamuriar. Mas, o tempo não pára, quanto mais voltará... Ele segue, corre, voa, nós é que com o ele vamos aprendendo, em meio a nossos vícios cegos de humanos imperfeitos (adoro tal qualificação) e tateando no escuro até que, vamos nos adaptando ao tempo, ás mudanças, às pessoas e a essa vida que é triste e engraçada, surpreende a cada segundo, faz com que nos dispamos de quem éramos e de quem somos diariamente.
Hoje penso que toda subtração tem que ter uma adição posterior e caso não tenha, eu vou buscar, não posso é aceitar essa nova moda de vitimização que inventaram (e que eu particularmente, fui adepta há anos) e não ir ao encontro da “Eterna novidade do Mundo” que é o que inclusive, me faz um ser melhor (e ás vezes também pior-paradoxal) a cada dia.

Ana Paula Duarte. Vamos seguindo...

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